sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mãos do tempo



Mãos: segundo corpo. Onde buscam os ciganos um passado, um futuro. Hoje, mãos em febre, embalsamadas, álcool em gel por toda parte. Vamos, lavem as mãos. Desinfectar: todos, tudo. Não me toques, suas mãos carregam o mal que me amordaça. Jogue sua máscara epitelial pelo ralo. Desengordurar: todos, tudo. Temos que correr; há que varrer, não há tempo. Há uma perseguição. Premonição: o fim, o começo. Não me dê suas mãos - dê-me álcool em gel.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Para onde


Risco o espaço à procura de restos. Encontro infinitos começos, avessos de histórias que se enovelam em nossos fins. Enfim: sós.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eu...


Pq. Nac. Chapada das Mesas, MA

... e todo o resto,

Desprender-se da órbita em vazio, sem enfins. Apenas poréns que se descosturam em aquarelas; rurais molduras que me vestem: eu, vestida de tudo. Infinitamente, inevitável.

Lados


molhar o que eu vejo
desabotoar o que eu cheiro
amamentar o que eu ouço
costurar o que eu falo
sovar o que eu sinto

AGORA É HORA DE COLHER SENTIDOS


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

olhos nos olhos


o que fazer com o espelho?
deixar-se ver?
verificar?
ver e ficar?
(tem é que varrer)

Tudo


há muita superfície no todo
falta o desafio
por um fio: o ser
personagem

De que somos feitos?


Somos uma possibilidade do que não pode acontecer onde não há espaço. O espaço é o que vamos trazer menos o que fizemos sentido.