quarta-feira, 31 de março de 2010

Liquefazendo-se


há algo, uma massa talvez
que as mãos não conseguem segurar
como água
que escorre pelos dedos quando segurada
não é seguro, não é possível
segurar
há espinhos, há desgaste
há muito ar
múltiplo voar
levanta-se tudo
e se esparrama pelo mar

Amanhecer



"Certa manhã, quando o sol mostrava seus raios, um lindo arco-íris surgiu, e por ele as gotinhas escorregaram."

Sentidos


delicado é o sentido
sentir-se só
ouvir sem dó
falar sem nó
ver o ó
cheirar, tocar
deixar o tom
no ar, doar
reververar
até o silêncio
e só

Rio


o que fica
da áqua
o que passa
ressaca
resseca
cutuca
penetra


sexta-feira, 26 de março de 2010

ÚLTIMA CHAMADA!!!



A QUEM POSSA TER ESQUECIDO:


ESTE É O ÚLTIMO FINAL DE SEMANA DA MINHA PEÇA:


"NOVO MANUAL PRÁTICO PARA O ANONIMATO"


DOMINGO : 18:30


SATYROS II - PÇA ROOSVELT, 134

R$ 20 (INTEIRA)

Espero todos lá!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Faxina


hoje parei no tempo
abri as gavetas: revisitei-me
fiz limpezas
arrastei
descolei
abotoei
escondi
guardei
rasguei
desamassei
dobrei
recolhi lembranças
viajei em mim
antes de mim

estava tudo lá
exatamente como havia deixado

agora já posso começar a desarrumar tudo de novo

Des-encontro


ainda não tenho palavras para desfazer tatos-contatos
ainda não sei que som

Sono


(enquanto não se dorme)
há espectros
do que não
no meio da noite
há pedaços
de escuridão
em que só olhos
onde ventos-silêncios
visitam, vigiam
(há, ainda, depois?)

Viver em perguntas


eu sou as perguntas
que você em mim
sou o que quando
por que como
talvez nas estrelas
para o sono
onde sou silêncios
em palavras
que nunca respostas