domingo, 24 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

sobre luas e montanhas





na revoada
onde a lua e a montanha
onde luas e montanhas
encontros
assopra o tempo
desfaz-se vento

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Idas






hoje o dia trouxe visitas especiais
ir embora tem seu lado bom
todo mundo quer estar mais perto
faz de tudo para vir
faz a gente morrer de rir
deixa alegre o dia de partir

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

um certo peter pan




leve, lento
do céu ao vento
pluma, plana
taturana
para, pensa
cansa e senta
duro, pesa
onde o tempo leva

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

há braços



querer abraçar o mundo
o que no mundo
o que é mudo
o que eu mudo
aquele mundo
aqui, imundo
aqui, eu mudo?
qual mundo
até qual mundo
até que
mudo

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

Aluamento


fim de semana 
que eu
qual eu?
cheguei
sem laços
entrei
aos pássaros
amanheci
a lua
brotei
qual lua?
aluamento

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Romance em doze linhas



quanto tempo falta pra gente se ver hoje
quanto tempo falta pra gente se ver logo
quanto tempo falta pra gente se ver todo dia
quanto tempo falta pra gente se ver pra sempre
quanto tempo falta pra gente se ver dia sim dia não
quanto tempo falta pra gente se ver às vezes
quanto tempo falta pra gente se ver cada vez menos
quanto tempo falta pra gente não querer se ver
quanto tempo falta pra gente não querer se ver nunca mais
quanto tempo falta pra gente se ver e fingir que não se viu
quanto tempo falta pra gente se ver e não se reconhecer
quanto tempo falta pra gente se ver e nem lembrar que um dia se conheceu


(Bruna Beber)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Velhos escoteiros



aqui nascemos
aqui morremos
ah, quanto tempo
por aqui vivemos

são tantas lembranças...

os amigos
as fogueiras
os jogos
as estrelas

as festas
as histórias
as conversas
as memórias

o Mogli
a Távola Redonda
o B.P.
à noite, a ronda

os acampamentos
as canções
otimos momentos
nas reuniões

a noite
aquela noite
a alvorada
e a jornada

os chefes
as leis
as esquetes
os dedos: um, dois, três

o hasteamento
as passagens
o arriamento
as montagens

as pioneirias
as caminhadas
as mochilas
sempre pesadas

as verdades
as mentiras
as chegadas
as partidas

os distintivos
os nós
os perigos
a vigília a sós

o Cruzeiro do Sul
a Flor de Lis
o Rei Arthur
os Jamborees

aquele dia
aquela noite
os amores
e as dores

a demolição da sede
a reconstrução
a noite na rede
ao som do violão

se ficarmos aqui
teremos histórias
prá chorar
prá fazer rir

mas é do fundo do coração
que vem a alegria
de mais uma conquista
de mais uma lição

que cada um aqui
leve consigo um pedaço
deste novo andar
que vimos subir

e pelos caminhos da vida
leve consigo a emoção 
e as lembranças
do que vivemos
nesta sede querida

Um mar




o antigo marinheiro

no balanço do tempo
tem olhar camaleão
atento, atento


nas ondas errantes

eterno bailarino
malandra aflição
ao vento, ao vento


um poço acuado

quando vento saci
boneco articulado
você aí, eu aqui

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Justificando Shakespeare

Alguém me perguntou: Por que? Como justificar? 

Lendo, sentindo, inspirando o texto. Mastigando-o, cantando-o, dançando-o. Eu gosto muito do Shakespeare. Tenho a vantagem de conseguir saboreá-lo no original, o que faz muita diferença. Descubro frases, palavras, trechos que conversam comigo. E acho incrível, que muitos séculos depois, aquele texto é capaz de me dar um arrepio no fundo da alma. Aí escolho um trechinho, memorizo-o, "canto-o", saboreio as rimas, as palavras, a música, o sentido. Passeio com ele por aí.  E depois o levo para meus alunos adultos e adolescentes saboreá-lo na aula de inglês. Conto a história daquele pedacinho para eles. E eles vibram comigo. Isso pode ser com Shakespeare, ou com o Saramago, ou um poeta de cordel, um quadro famoso, ou um desenho que mesma eu fiz, ou um poema do Sergio Bacchi. Para mim, a arte que realmente importa é aquele que me dá um arrepiozinho lá no fundo.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Por um fio







um fio
duo vil
entre linha
você, minha?
ao longo 
som
qual a medida
do gesto
que se pede
que se mede


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Resoluções para 2013




começar o ano de costas
rumo às montanhas
atrás delas, o mar 
daqui não vejo
mas logo 
poderei voar